terça-feira, 12 de junho de 2012

AVALIAÇÃO 2° BIMESTRE

   Queridos alunos,

   Segue abaixo as questões referentes ao vídeo "Da servidão moderna", que será nossa avaliação deste bimestre. E também posto novamente o vídeo, para quem não conseguiu achar ainda.

   Quero lembrá-los que receberei a prova apenas semana que vem, nas datas já combinadas em sala de aula. Desculpem o atraso em postar as questões, mas como todos sabem estou sem internet e pelo atraso cancelei 2 perguntas, agora o total é de 8 questões.

   Devo lembrá-los também que a prova deverá ser manuscrita e composta por:
   - relatório do que entendeu do vídeo
   - opinião sobre o conteúdo do vídeo
   - responder as questões

   Ok?
   Abraços e boa prova!
   Bruna


QUESTÕES

1) DEPOIS DE ASSISTIR ao vídeo, o que siginifica a frase "Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos."?
2) Qual é a relação que o vídeo faz entre a construção das cidades e do trabalho alienado? E a relação da construção das cidades com o transporte das mercadorias?
3) Explique, segundo o vídeo, a frase "no sistema econômico dominante, já não é mais a demanda que condiciona a oferta, mas a oferta que determina a demanda". Esta frase refere-se à produção de mercadorias no capitalismo e, neste sentido, explique também quais são as consequências dessa produção "desenfreada" de mercadorias para as relações humanas.
4) Qual é a relação entre os seres humanos e os animais, segundo o vídeo?
5) "Que triste pensar que a Natureza fala e a humanidade não escuta." Explique esta frase do vídeo a partir da perspectiva que o vídeo traz da relação dos seres humanos e o planeta.
6) As crianças são as primeiras vítimas do sistema, e ainda segundo o vídeo, "é necessário torná-las estúpidas e tirar-lhes toda a capacidade de crítica.". Nesse sentido, relacione isso com a Educação no sistema capitalista de hoje.
7) Afinal, quem são os escravos modernos?
8) Depois de assistir ao vídeo OPINE sobre como é possível a humanidade ser feliz.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Texto 7 e 8 Sociologia


TEXTO 7 – De olho no cronômetro
                O poeta brasileiro Mario Quintana, em Das ampulhetas e das clepsidras, diz o seguinte:
                “Antes havia os relógios d’água, antes havia os relógios
de areia. O Tempo fazia parte da natureza. Agora é      
                uma abstração – unicamente denunciada por um
                tic-tac mecânico, como o acionar contínuo
                de um gatilho numa espécie de roleta-russa.
                Por isso é que os antigos aceitavam mais
                naturalmente a morte.”

                Dialogando com o poeta, acrescentamos que somos “feitos” de tempo: sem a memória (passado) e sem os projetos (futuro), o nosso presente deixaria de ser propriamente humano. Portanto, o que dizer de um tempo de velocidade preestabelecida que não respeita a cadência do próprio corpo nem as diferenças individuais? Na era capitalista, eficácia, organização e padronização transformam-se em palavras de ordem e todo o movimento passa a ser controlado externa e artificialmente. Se artificializamos demais os ritmos vitais, nem poderemos “morrer bem”, já que vivemos tão mal!      
                Foi isso que aconteceu quando os proprietários das fábricas, na busca de maior produtividade, implantaram sistemas de “racionalização”, que, em última análise, significam economizar tempo, transformando-o em mercadoria. Como foi possível tal proeza?

O trabalho “em migalhas”

                O norte-americano Frederick Taylor, no início do século XX, elaborou uma teoria conhecida como taylorismo. Partindo do princípio de que os operários são indolentes e não sabem usar seus gestos de modo econômico, Taylor estabeleceu um “controle científico”, por meio da medição por cronômetros, para que a produção fabril fosse cada vez mais simples e rápida.  
                Com a criação de um setor de planejamento responsável pelo “saber como produzir”, ficava muito mais nítida a separação entre a concepção e a execução do trabalho, isto é, entre o projeto e a sua realização, entre o pensar e o fazer.
                A mesma intenção de aumentar a produtividade levou Henry Ford, também norte-americano, a introduzir a esteira da linha de montagem e o processo de padronização ou estandardização da produção em série na sua fábrica de automóveis. A produção de carros e os lucros de Henry Ford aumentaram vertiginosamente, mas o operário foi submetido ao trabalho parcelado e repetitivo.
                O parcelamento das tarefas reduz a atividade a gestos mínimos, o que aumenta a produção de maneira incrível, mas também transforma o trabalho “em migalhas”: cada operário produz apenas uma parte do produto.
                Um dos problemas desse processo é que, além da monotonia que reduz a ação a operações simples, detecta-se a fragmentação do conhecimento: o operário perde a noção do todo e com isso o conhecimento prático da fabricação de um objeto, situação muito diferente daquela do antigo artesão, que cuidava de todas as etapas da confecção de um produto.
                O planejamento e a burocracia apresentam-se com a imagem de neutralidade e eficácia da organização, como se estivessem baseados em um saber objetivo, eficaz, desinteressado. Essa imagem de neutralidade mascara um conteúdo ideológico eminentemente político: trata-se, na verdade, de uma técnica social de dominação. Vejamos por quê.
                A chamada racionalização do processo de trabalho trouxe em si uma irracionalidade básica, ao desvalorizar o ritmo do corpo, o sentimento, a imaginação, a inventividade humana. Não é fácil submeter o operário ao trabalho rotineiro e repetitivo, reduzindo-o a gestos estereotipados, mas com o taylorismo, a coação visível de um chefe foi substituída por maneiras mais sutis de constrangimento que tornam o operário submisso, porque as orientações vindas do “setor de planejamento” tornam a ordem impessoal. Ao retirar toda iniciativa do operário, modela seu corpo segundo critérios exteriores, “científicos”, e faz com que interiorize a norma.
                Aliado à lógica da produção em série, o investimento em publicidade visava a provocar a artificialmente a “necessidade” da compra. Estava nascendo a sociedade de consumo com seus patrocinadores, anunciantes, facilidades de crediário e campanhas publicitárias veiculadas, naquele tempo, sobretudo pelo rádio. Desse modo, as fábricas não só lançavam um produto na praça, mas também “produziam” o consumidor, como veremos mais adiante.

TEXTO 8 – Novos tempos na fábrica
               
                A partir das décadas de 1970 e 1980, mudanças radicais nas maneiras de trabalhar repercutiram no modo de vida tanto nas cidades como no campo. Com a implantação de tecnologias de automação, robótica e microeletrônica, surgiram novos padrões de produtividade. A tendência nas fábricas foi de quebrar a rigidez do fordismo e do taylorismo. Implantado por diversas empresas, o sistema ficou conhecido como toyotismo, nome originado da fábrica de automóveis Toyota.                
                O novo sistema de produção é mais flexível por atender aos pedidos à medida da demanda, com planejamento a curto prazo. Ao contrário do fordismo, são privilegiados o trabalho em equipe, a descentralização da iniciativa, com maior possibilidade de participação e decisão, além da necessidade de polivalência da mão de obra, já que o trabalhador deve controlar diversas máquinas ao mesmo tempo.
                Outra característica dos novos tempos na fábrica foi o enfraquecimento dos sindicatos desde o final da década de 1980, o que repercutiu negativamente na capacidade de reivindicação de novos direitos e na manutenção das conquistas realizadas.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Texto 4 e 5 sociologia


TEXTO 4 – O trabalho como mercadoria: alienação
                No século XIX, o resplendor do sucesso alcançado pela Revolução Industrial não oculta a questão social. A exploração dos operários fica explícita em extensas jornadas de trabalho em péssimas instalações, salários baixos, arregimentação de crianças e mulheres como mão de obra mais barata. Esse estado de coisas desencadeou os movimentos socialistas e anarquistas.
                Nesse panorama, Karl Marx (1818-1883) retoma a temática hegeliana ao ver o trabalho como condição de liberdade. É pelo trabalho que o ser humano se confronta com as forças da natureza e, ao mesmo tempo em que a modifica, transforma a si mesmo, humaniza-se.
                No entanto, Marx nega que a nova ordem econômica do capitalismo fosse capaz de possibilitar a igualdade entre as partes, porque o trabalhador perde mais do que ganha, já que produz para outro: a posse do produto lhe escapa. Nesse caso, é ele próprio que deixa de ser o centro de si mesmo. Não escolhe o salário – embora isso lhe apareça ficticiamente como o resultado de um contrato livre -, não escolhe o horário nem o ritmo do trabalho e é comandado de fora, por forças que não mais controla.
                O resultado é a pessoa tornar-se “estranha”, “alheia” a si própria: é o fenômeno da alienação.
                Há vários sentidos para a palavra alienação. Em todos eles, há algo em comum: do ponto de vista jurídico, perde-se a posse de um bem; para a psiquiatria, o alienado mental perde a dimensão de si em relação com os outros; segundo Rousseau, o poder do povo é inalienável, porque só a ele pertence; na linguagem comum, a pessoa alienada perde a compreensão do mundo em que vive.
                Alienação na produção
                Para Marx, que analisou esse conceito básico, a alienação não é puramente teórica, porque se manifesta na vida real quando o produto do trabalho deixa de pertencer a quem o produziu. Isso ocorre porque na economia capitalista prevalece a lógica do mercado, em que tudo tem um preço, ou seja, ao vender sua força de trabalho mediante salário, o operário também se transforma em mercadoria. Ocorre então o que Marx chama de fetichismo da mercadoria e reificação do trabalhador. Vejamos o que significam esses conceitos.
·         O fetichismo é o processo pelo qual a mercadoria, um ser inanimado, adquire “vida” porque os valores de troca tornam-se superiores aos valores de uso e passam a determinar as relações humanas, ao contrário do que deveria acontecer. Desse modo, a relação entre produtores não se faz entre eles próprios, mas entre os produtos do seu trabalho. Por exemplo, não são relações entre alfaiate e carpinteiro, mas entre casaco e mesa, que são equiparados conforme uma medida comum de valor.

·         A reificação é a transformação dos seres humanos em coisas. Em consequência, a “humanização” da mercadoria leva à desumanização da pessoa, à sua coisificação, isto é, o indivíduo é transformado em mercadoria.

A alienação não se aplica apenas à produção do trabalhador, mas também às formas do consumo, como veremos mais adiante.
TEXTO 5 – A era do olhar: a disciplina
                Outros pensadores investigaram as mudanças decorrentes do capitalismo e do nascimento das fábricas, analisando-as sob outro ângulo, o da instauração da era da disciplina. Segundo Michel Foucault, um novo tipo de disciplina facilitou a dominação mediante a “docilização” do corpo.
                Para exemplificar, vamos voltar à França do século XVIII. A historiadora francesa contemporânea Michelle Perrot, relata a descrição feita por um inspetor de manufaturas de uma oficina têxtil com cerca de 100 metros de comprimento, pavimentada por lajes e iluminada por cinquenta janelas com tela branca:
                “No meio dessa sala (em) um canal coberto com lajes entreabertas cada fiandeira vai, em silêncio, tirar a água de que precisa (para a fiação). Essa oficina, à primeira vista, surpreende o visitante pela quantidade de pessoas aí empregadas, pela ordem, pela limpeza e pela extrema subordinação que aí reina... Contamos 50 rocas duplas (...) ocupadas por 100 fiandeiras e o mesmo tanto de dobradeiras, tão disciplinadas como tropas.”
                Nos trechos em itálico, a historiadora destaca a nova maneira de trabalhar, representada por dois modelos disciplinares: o religioso (o silêncio) e o militar (hierarquia, disposição em fileiras). A disciplina é mantida pelos supervisores, que avaliam a qualidade do serviço, evitam brigas e fazem cumprir os severos regulamentos por meio de proibições (não falar alto, não dizer palavrões, não cantar), regras de horários (começa a “tirania” do relógio para entrada, saída e intervalo) e ainda penalidades como multas, advertências, suspensões, demissões, de acordo com a gravidade da “falta”.
                Na nova estrutura, o “olhar vigilante” sobressai de maneira decisiva. A organização do tempo e do espaço imposta na fábrica não é, porém, um fenômeno isolado. Nos séculos XVII e XVIII, formou-se a chamada “sociedade disciplinar”, com a criação de instituições fechadas, voltadas para o controle social, tais como prisões, orfanatos, reformatórios, asilos de miseráveis e “vagabundos”, hospícios, quartéis e escolas.
                Para saber mais: A escola institucionalizou-se de maneira mais complexa quando foram criados os internatos, com a exigência de separação por idades, graduação em anos e organização de currículos.
                Esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade, são o que podemos chamar as
“disciplinas”. ?Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo[..]. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII formulas gerais de dominação. O momento históricos das disciplinas é o movimento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento de suas habilidades ,nem tampouco aprofundar sua sujeição, mais a formação de uma relação que no mesmo Mecanismo o torna tanto mais obediente quanto mais útil, é inversamente A disciplina fabrica assim corpos “dóceis”
A disciplina aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de utilidade) e diminui essas mesma forças (em termos políticos de obediência.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Relatório 1 - Trabalho, alienação e consumo

Para o 2°A / 2°B / 3°A

TEXTO 1 – Trabalho como tortura?
Talvez você já tenha visto camisetas estampadas com o simpático (e preguiçoso) gato Garfield e a frase “Odeio segunda-feira!”, representando o sentimento quase universal de desânimo diante do trabalho. De fato, enquanto o próximo e desejado final de semana não chega, busca-se alento no happy hour, como se a “hora feliz” só pudesse existir no tempo-após-o-trabalho.
                Confirmando esse sentido negativo, a própria palavra trabalhar deriva do latim tripaliare, que nomeava tripálio, um instrumento formado por três paus, próprio para atar os condenados ou para manter presos os animais difíceis de ferrar. A origem comum identifica o trabalho à tortura.
                Se a vida humana depende do trabalho, e este causa tanto desprazer, só podemos concluir que o ser humano está condenado à infelicidade. Para reverter esse quadro pessimista, vejamos os aspectos positivos do trabalho.

TEXTO 2 – A humanização pelo trabalho
                No capítulo 4, “Natureza e cultura”, vimos que o ser humano inaugura o mundo da cultura por sua capacidade de simbolizar. Por mudar conforme a época e o lugar, a cultura humana “faz história”, isto é, as gerações conservam certas práticas aprendidas e modificam outras. É pelo trabalho que a natureza é transformada mediante o esforço coletivo para arar a terra, colher seus frutos, domesticar animais, modificar paisagens e construir cidades. E não só: pelo trabalho surgem instituições como a família, o Estado, a escola; obras do pensamento como o mito, a ciência, a arte, a filosofia.
                Podemos dizer que o ser humano se faz pelo trabalho, porque ao mesmo tempo em que produz coisas, torna-se humano, constrói a própria subjetividade. Desenvolve a imaginação, aprende a se relacionar com os demais, a enfrentar conflitos, a exigir de si mesmo a superação de dificuldades. Enfim, com o trabalho ninguém permanece o mesmo, porque ele modifica e enriquece a percepção do mundo e de si próprio. 
                Como condição de humanização, o trabalho liberta, ao viabilizar projetos e concretizar sonhos. Se em um primeiro momento a natureza apresenta-se como destino, o trabalho será a possibilidade da superação dos determinismos. Nesse sentido, a liberdade humana não é dada, mas resulta da ação transformadora. Nem sempre, porém, prevalece essa concepção positiva, sobretudo quando as pessoas são obrigadas a viver do trabalho alienado, que resulta de relações de exploração.
                 Estamos, portanto, diante de um impasse: o trabalho é tortura ou emancipação? Se voltarmos nosso olhar à história para ver como as pessoas trabalham e o que pensam sobre o trabalho, teremos uma visão mais clara dessa contradição.
TEXTO 3 – Ócio e negócio
                Nas sociedades tribais, as pessoas dividem tarefas de acordo com sua força e capacidade. Os homens caçam, derrubam árvores para preparar  terreno das plantações, enquanto as mulheres semeiam e fazem a coleta. Como a divisão das tarefas se baseia na cooperação e na complementação e não na exploração, tanto a terra como os frutos do trabalho pertencem a toda a comunidade.
                Por que mudaria esse estado de coisas? Para Jean-Jacques Rousseau, filósofo do século XVIII, a desigualdade surgiu quando alguém, ao cercar um terreno, lembrou-se de dizer “Isto é meu.”, criando-se assim a propriedade privada. Nesse momento, abriu-se caminho para a divisão social, as relações de dominação e a desigual apropriação dos frutos do trabalho. Desse modo, desde as mais antigas civilizações existe a divisão entre aqueles que mandam – e, portanto projetam, concebem, inventam – e os que só obedecem e executam. É o que se denomina a dicotomia entre a concepção e a execução do trabalho.
                À primeira vista, há aqueles que até hoje admitem ser “natural” essa divisão de funções, pois alguns teriam mais talento para o pensar, ao passo que outros só seriam capazes de atividades braçais. O olhar mais atento constata, no entanto, que a sociedade descobre mecanismos para manter a divisão, não conforme a capacidade, mas sim de acordo com a classe a que cada um pertence.
                Entre os antigos gregos e romanos, que viviam em sociedades escravagistas, era nítida a divisão entre atividades intelectuais e braçais, com a evidente desvalorização da última. Um dos indícios da divisão social era a educação, por ser privilégio dos proprietários. Não por acaso, a palavra escola na Grécia antiga significava literalmente o “lugar do ócio”, onde as crianças se dedicavam à ginástica, aprendiam jogos, música e retórica – a arte de falar bem.

Para saber mais: O termo ócio não tinha naquele tempo o mesmo sentido de hoje. Para nós, ócio é o não fazer, o descanso. Para os gregos, tratava-se do “ócio digno”, que os isentava das atividades que apenas garantem a subsistência, para gozar o tempo livre e dedicar-se às funções nobres de guerrear, fazer política, pensar, decidir. Entre os romanos a palavra ócio (do latim, otium) manteve o sentido original grego, tanto é que o trabalho para sustentar a vida era identificado à palavra negócio (Nec-otium, “não ócio”)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Vídeo: Da servidão Moderna - Jean François Brient




"A servidão moderna é um livro e um documentário de 52 minutos produzidos de maneira completamente independente; o livro (e o DVD contido) é distribuído gratuitamente em certos lugares alternativos na França e na América latina. O texto foi escrito na Jamaica em outubro de 2007 e o documentário foi finalizado na Colômbia em maio de 2009. Ele existe nas versões francesa, inglesa e espanhola. O filme foi elaborado a partir de imagens desviadas, essencialmente oriundas de filmes de ficção e de documentários."

segunda-feira, 19 de março de 2012

Surgimento da Sociologia

Por Lucas Martins 


A sociologia como disciplina científica surgiu no início do século XIX, como uma resposta acadêmica para o novo desafio da modernidade: o mundo estava se tornando cada vez menor e mais integrado, a consciência das pessoas sobre o mundo estava aumentando e dispersando. Os sociolólogos não só esperavam entender o que mantinha os grupos sociais unidos, mas desenvolver um “antídoto” para a desintegração social.
O termo foi cunhado por Auguste Comte, da palavra latin socius (associação) e o grego lógus (estudo). Ele pretendia juntar todos os estudos sobre a humanidade, incluindo história, economia e psicologia.


REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial, ocorrida na Europa (principalmente na Inglaterra) no século XVIII, mudou radicalmente a estrutura dasociedade. Homens passaram a ser substituídos por máquinas, que produziam mais e custavam muito menos. Isto fez com que os problemas sociais aumentassem, pois muitas pessoas que antes trabalhavam de forma artesanal, ficaram sem emprego. Eram acostumadas à uma forma mais lenta de vida, no meio rural, trabalhando apenas para sobreviver da terra. Agora passariam a trabalhar muito mais para os empresários, ganhando as vezes menos do que estavam ganhando antes.
A sociedade se dividiu em Burgueses, os que detinham as fábricas e controlavam a economia, e os Proletariados, que tinham a força de trabalho. O capitalismo se fortaleceu, quem produzisse mais, estava acima dos outros.
Um filme que retrata bem a revolução é o “Tempos Modernos”, com Charles Chaplin, de 1936. Nele, Chaplin é um funcionário de uma grande fábrica na Europa, e fica tão alienado por causa do ritmo de trabalho, que acaba despedido. Depois, para não morrer de fome, rouba comida, juntamente com uma menina de rua. É preso várias vezes, até por ser confundido com um manifestante em uma greve na empresa onde trabalhava. O filme mostrou de forma humorística como os trabalhadores eram tratados. Exageros em razão da comédia, o capitalismo chegou até a proporcionar máquinas que alimentem automaticamente o funcionário, para que ele não parasse de produzir.

Fatos Sociais





Fato social é toda “coisa” capaz de exercer algum tipo de coerção sobre o indivíduo, sendo esta “coisa” independente e exterior ao indivíduo e estabelecida em toda a sociedade;
O sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), tido por muitos como um dos pais da sociologia moderna, define em seu livro, “As Regras do Método Sociológico” (1895), que o objeto de estudo da Sociologia deve ser o fato social, pois ele deriva da vida em sociedade, que é caracterizada pelo conjunto de fatos sociais estabelecidos.
Podemos classificar como fatos sociais as regras jurídicas, morais, dogmas religiosos, sistemas financeiros, maneiras de agir, costumes, etc., enfim, todo um conjunto de “coisas”, exteriores ao indivíduo e aplicáveis a toda a sociedade, que são capazes de condicionar ou até determinar suas ações; sendo esta “coisa” dotada de existência própria, ou seja, independente de manifestações individuais. No entanto, devemos ressaltar que nem todo fato comum em determinada sociedade pode ser considerado fato social, não é a generalidade que serve para caracterizar este fenômeno sociológico, mas sim a influência dos padrões sociais e culturais, da sociedade como um todo, sobre o comportamento dos indivíduos que integram esta sociedade; como exemplo podemos citar o alto índice de suicídios no Japão, não são apenas fatos individuais e particulares que levam esses indivíduos ao suicídio, mas toda a cultura e a formação social daquele país; se considerássemos outra cultura e outros padrões sociais, talvez esses indivíduos, com as mesmas frustrações particulares, não optassem pelo suicídio. Este fenômeno pode ser considerado não apenas um fato social, mas também, um fato psicológico. Fatos sociais não devem ser confundidos com os fenômenos orgânicos e nem com os psíquicos, que constituem um grupo distinto de fatos observados por outras ciências.

Características do fato social
Coercitividade – característica relacionada com o poder, ou a força, com a qual os padrões culturais de uma sociedade se impõem aos indivíduos que a integram, obrigando esses indivíduos a cumpri-los.
Exterioridade – relaciona-se ao fato de esses padrões culturais serem exteriores ao indivíduo e independentes de sua consciência.
Generalidade – os fatos sociais são coletivos, ou seja, eles não existem para um único indivíduo, mas para todo um grupo, ou sociedade.

domingo, 11 de março de 2012

O que é Sociologia e como surgiu


A Sociologia, através de seus métodos de investigação científica, procura compreender e explicar as estruturas da sociedade, criando conceitos e teorias a fim de manter ou alterar as relações de poder nela existentes.
O século XVIII pode ser considerado um período de grande importância para a história do pensamento ocidental e para o início da Sociologia. A sociedade vivia uma era de mudanças de impacto em sua conjuntura política, econômica e cultural, que trazia novas situações e também novos problemas. Consequentemente, esse contexto dinâmico e confuso contribui para eclodirem duas grandes revoluções – a Revolução Industrial, na Inglaterra e a Revolução Francesa.
A Revolução Industrial é muitas vezes analisada de forma superficial como a simples introdução da máquina a vapor nas fábricas e manufaturas e o aperfeiçoamento das técnicas produtivas. Existe, porém, outra faceta da realidade – a Revolução Industrial significou o triunfo da indústria capitalista e da classe minoritária detentora dos meios de produção e do capital. Grandes massas de trabalhadores foram submetidas ao que impunha o sistema – novas formas de relação de trabalho, longas e penosas jornadas nas fábricas, salários de subsistência – a fim de satisfazer os interesses econômicos dos empresários.
Além disso, a vida nas cidades industriais também estava mudando – o intenso êxodo rural culminou na explosão demográfica e na falta de infra-estrutura capaz de comportar os excedentes populacionais. Miséria, epidemias, suicídios, aumento da prostituição e da criminalidade eram retratos da situação da época.
Um dos fatos de maior relevância foi o surgimento do proletariado, classe trabalhadora com importante papel histórico na sociedade capitalista.
Os proletários sentiam-se explorados, e muitas vezes, sua revolta se refletia na destruição das máquinas e equipamentos. Gradativamente, eles vão se organizando e formando sindicatos com o objetivo de se defender dos proprietários dos meios de produção e do próprio sistema capitalista vigente. Ao protestar e ao buscar mudanças, a classe operária se inclinava ideologicamente ao socialismo.
A introdução de novas formas de organizar a vida social e a profundidade das transformações, de certa forma, colocou a sociedade em evidência. Em decorrência disso, determinados pensadores passaram a considerá-la um objeto que deveria ser investigado e analisado com metodologia científica adequada.
O desenvolvimento da Sociologia teve como pano de fundo a burguesia ascendendo politicamente e com frequência utilizando mecanismos ideológicos e repressivos para assegurar sua dominação. O surgimento de grandes empresas monopolizadoras de produtos e mercados, a eclosão de guerras entre as grandes potências mundiais, a crescente organização política dos movimentos revolucionários socialistas em diversos países eram realidades históricas que abalavam as crenças da perfeição da sociedade capitalista, evidenciando seu caráter transitório.
Face à complexidade da própria realidade social, a sociologia especializa-se em diferentes domínios como, por exemplo, o político, o território e o ambiente, a educação, a família e a saúde, o trabalho e as organizações, a comunicação e a cultura, o desenvolvimento, a saúde e as religiões. Equacionam-se sociologicamente questões como o Estado e políticas sociais, o desenvolvimento econômico e social, a governabilidade, participação política e cidadania, os movimentos e lutas sociais, o ambiente, emprego e qualificações profissionais, as desigualdades sociais, a ciência e educação, a incerteza e risco sociais, a população, urbanização e movimentos migratórios, a etnicidade, o gênero, sexualidade e afeitos, o consumo nas modernas economias, as práticas culturais, os novos modelos familiares, as identidades sociais, as novas pandemias ou ainda os fenômenos ligados à exclusão social.
A Sociologia pertence a um grupo do que se convencionou chamar por Ciências Sociais. Ao lado de Ciências como a Economia, Antropologia, Ciência Política, História, dentre outras, procura pesquisar e estudar o comportamento social humano em suas mais variadas formas de organização e conflito, que genericamente, poderíamos dizer que seja esse o seu objeto de foco. Não há uma divisão exata entre o objeto destas Ciências, os complexos fenômenos da vida em grupo, em sociedade; frequentemente utiliza-se de conceitos que perpassam por todas elas. No entanto, cada uma possui métodos e busca objetos específicos.
Há milhares de anos procura-se compreender a vida em grupo. Várias foram as maneiras inventadas pela raça humana. Desde a fantasia e a imaginação, fruto de uma postura mítica, passando pela Filosofia e pela dogmática religiosa. Não é raro encontrarmos, ainda hoje, presente em determinados grupos sociais, heranças destas posturas milenares que visavam mais propor ou impor normas para uma sociedade ideal, do que a pesquisa e o estudo propriamente ditos.
Depois de tantas tentativas de compreender a realidade surge, no século 19, a Sociologia. Credita-se a Augusto Comte (1798-1857) a invenção e o uso pela primeira vez da palavra, em seu curso de Filosofia Positiva, em 1839. No entanto, foi com Émile Durkheim (1858-1917) que a sociologia ganha o “status” de Ciência, academicamente reconhecida.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Como funciona a produção de riquezas no sistema capitalista

Coloco aqui no blog, para que todos tenham acesso, aquela imagem que levei em sala de aula... lembram?
Pra ajudar na explicação do conceito de "mais-valia"!



Primeira postagem!

A idéia do blog surgiu como saída para um problema bem comum na educação: a falta de livros didáticos para algumas turmas de sociologia.
Se por um lado sociologia é debater temas cotidianos de nossas vidas, criar visão crítica sobre o mundo em que vivemos, também significa entender seus conceitos, como surgiu, teorias, pensadores... ou seja: lendo!
Mesmo o governo não ligando muito para isso, eu resolvi fazer este blog (dica de uma professora da minha escola) como parte de resolver o problema. E na verdade mesmo que tivéssemos livros para todos, o blog é uma ótima forma de auxiliar as aulas!!
Com a ajuda e incentivo dos queridos alunos do 2°B, aqui estamos!
A idéia é tão boa que outros professores entrarão neste movimento: o de Biologia, de História-Filosofia-Sociologia : )

Este blog passa a ser portanto um blog interdisciplinar! A princípio Sociologia e Biologia... agora é torcer para que as outras "matérias" nos acompanhem!

Até mais,
Prof° Bruna