terça-feira, 12 de junho de 2012

AVALIAÇÃO 2° BIMESTRE

   Queridos alunos,

   Segue abaixo as questões referentes ao vídeo "Da servidão moderna", que será nossa avaliação deste bimestre. E também posto novamente o vídeo, para quem não conseguiu achar ainda.

   Quero lembrá-los que receberei a prova apenas semana que vem, nas datas já combinadas em sala de aula. Desculpem o atraso em postar as questões, mas como todos sabem estou sem internet e pelo atraso cancelei 2 perguntas, agora o total é de 8 questões.

   Devo lembrá-los também que a prova deverá ser manuscrita e composta por:
   - relatório do que entendeu do vídeo
   - opinião sobre o conteúdo do vídeo
   - responder as questões

   Ok?
   Abraços e boa prova!
   Bruna


QUESTÕES

1) DEPOIS DE ASSISTIR ao vídeo, o que siginifica a frase "Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos."?
2) Qual é a relação que o vídeo faz entre a construção das cidades e do trabalho alienado? E a relação da construção das cidades com o transporte das mercadorias?
3) Explique, segundo o vídeo, a frase "no sistema econômico dominante, já não é mais a demanda que condiciona a oferta, mas a oferta que determina a demanda". Esta frase refere-se à produção de mercadorias no capitalismo e, neste sentido, explique também quais são as consequências dessa produção "desenfreada" de mercadorias para as relações humanas.
4) Qual é a relação entre os seres humanos e os animais, segundo o vídeo?
5) "Que triste pensar que a Natureza fala e a humanidade não escuta." Explique esta frase do vídeo a partir da perspectiva que o vídeo traz da relação dos seres humanos e o planeta.
6) As crianças são as primeiras vítimas do sistema, e ainda segundo o vídeo, "é necessário torná-las estúpidas e tirar-lhes toda a capacidade de crítica.". Nesse sentido, relacione isso com a Educação no sistema capitalista de hoje.
7) Afinal, quem são os escravos modernos?
8) Depois de assistir ao vídeo OPINE sobre como é possível a humanidade ser feliz.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Texto 7 e 8 Sociologia


TEXTO 7 – De olho no cronômetro
                O poeta brasileiro Mario Quintana, em Das ampulhetas e das clepsidras, diz o seguinte:
                “Antes havia os relógios d’água, antes havia os relógios
de areia. O Tempo fazia parte da natureza. Agora é      
                uma abstração – unicamente denunciada por um
                tic-tac mecânico, como o acionar contínuo
                de um gatilho numa espécie de roleta-russa.
                Por isso é que os antigos aceitavam mais
                naturalmente a morte.”

                Dialogando com o poeta, acrescentamos que somos “feitos” de tempo: sem a memória (passado) e sem os projetos (futuro), o nosso presente deixaria de ser propriamente humano. Portanto, o que dizer de um tempo de velocidade preestabelecida que não respeita a cadência do próprio corpo nem as diferenças individuais? Na era capitalista, eficácia, organização e padronização transformam-se em palavras de ordem e todo o movimento passa a ser controlado externa e artificialmente. Se artificializamos demais os ritmos vitais, nem poderemos “morrer bem”, já que vivemos tão mal!      
                Foi isso que aconteceu quando os proprietários das fábricas, na busca de maior produtividade, implantaram sistemas de “racionalização”, que, em última análise, significam economizar tempo, transformando-o em mercadoria. Como foi possível tal proeza?

O trabalho “em migalhas”

                O norte-americano Frederick Taylor, no início do século XX, elaborou uma teoria conhecida como taylorismo. Partindo do princípio de que os operários são indolentes e não sabem usar seus gestos de modo econômico, Taylor estabeleceu um “controle científico”, por meio da medição por cronômetros, para que a produção fabril fosse cada vez mais simples e rápida.  
                Com a criação de um setor de planejamento responsável pelo “saber como produzir”, ficava muito mais nítida a separação entre a concepção e a execução do trabalho, isto é, entre o projeto e a sua realização, entre o pensar e o fazer.
                A mesma intenção de aumentar a produtividade levou Henry Ford, também norte-americano, a introduzir a esteira da linha de montagem e o processo de padronização ou estandardização da produção em série na sua fábrica de automóveis. A produção de carros e os lucros de Henry Ford aumentaram vertiginosamente, mas o operário foi submetido ao trabalho parcelado e repetitivo.
                O parcelamento das tarefas reduz a atividade a gestos mínimos, o que aumenta a produção de maneira incrível, mas também transforma o trabalho “em migalhas”: cada operário produz apenas uma parte do produto.
                Um dos problemas desse processo é que, além da monotonia que reduz a ação a operações simples, detecta-se a fragmentação do conhecimento: o operário perde a noção do todo e com isso o conhecimento prático da fabricação de um objeto, situação muito diferente daquela do antigo artesão, que cuidava de todas as etapas da confecção de um produto.
                O planejamento e a burocracia apresentam-se com a imagem de neutralidade e eficácia da organização, como se estivessem baseados em um saber objetivo, eficaz, desinteressado. Essa imagem de neutralidade mascara um conteúdo ideológico eminentemente político: trata-se, na verdade, de uma técnica social de dominação. Vejamos por quê.
                A chamada racionalização do processo de trabalho trouxe em si uma irracionalidade básica, ao desvalorizar o ritmo do corpo, o sentimento, a imaginação, a inventividade humana. Não é fácil submeter o operário ao trabalho rotineiro e repetitivo, reduzindo-o a gestos estereotipados, mas com o taylorismo, a coação visível de um chefe foi substituída por maneiras mais sutis de constrangimento que tornam o operário submisso, porque as orientações vindas do “setor de planejamento” tornam a ordem impessoal. Ao retirar toda iniciativa do operário, modela seu corpo segundo critérios exteriores, “científicos”, e faz com que interiorize a norma.
                Aliado à lógica da produção em série, o investimento em publicidade visava a provocar a artificialmente a “necessidade” da compra. Estava nascendo a sociedade de consumo com seus patrocinadores, anunciantes, facilidades de crediário e campanhas publicitárias veiculadas, naquele tempo, sobretudo pelo rádio. Desse modo, as fábricas não só lançavam um produto na praça, mas também “produziam” o consumidor, como veremos mais adiante.

TEXTO 8 – Novos tempos na fábrica
               
                A partir das décadas de 1970 e 1980, mudanças radicais nas maneiras de trabalhar repercutiram no modo de vida tanto nas cidades como no campo. Com a implantação de tecnologias de automação, robótica e microeletrônica, surgiram novos padrões de produtividade. A tendência nas fábricas foi de quebrar a rigidez do fordismo e do taylorismo. Implantado por diversas empresas, o sistema ficou conhecido como toyotismo, nome originado da fábrica de automóveis Toyota.                
                O novo sistema de produção é mais flexível por atender aos pedidos à medida da demanda, com planejamento a curto prazo. Ao contrário do fordismo, são privilegiados o trabalho em equipe, a descentralização da iniciativa, com maior possibilidade de participação e decisão, além da necessidade de polivalência da mão de obra, já que o trabalhador deve controlar diversas máquinas ao mesmo tempo.
                Outra característica dos novos tempos na fábrica foi o enfraquecimento dos sindicatos desde o final da década de 1980, o que repercutiu negativamente na capacidade de reivindicação de novos direitos e na manutenção das conquistas realizadas.