No período da maquinofatura o trabalhador ainda tem
algum contato com a máquina, pois precisa ficar observando e alimentando a
máquina, o que o faz trabalhar por ele e o mantém subordinado a ela.
A maquinofatura desenvolveu-se, e a produção passou a
organizar-se em linhas de montagem. O aperfeiçoamento contínuo dos sistemas
produtivos deu origem a uma divisão do trabalho muito bem detalhada e
encadeada, que resultou na diminuição de horas de trabalho. Essa forma de
organização do trabalho passou a ser chamada de Fordismo. Essa expressão nasceu
a partir da forma como Henry Ford estruturou a produção na sua fabrica de
automóveis.
As mudanças introduzidas por Ford visavam à produção
em série de um produto para o consumo em massa. Ele implantou a jornada de 8
horas de trabalho por cinco dólares por dia. Iniciava-se assim, aquilo que veio
a se chamar a era do consumismo: Produção em massa para consumo em massa.
Junto com as propostas introduzidas por Ford já
existiam as propostas de Fredrick Taylor que propunha aplicar princípios científicos
na organização do trabalho, buscando maior racionalização do processo
produtivo. A partir daí as expressões fordismo/taylorismo passaram a ser usadas
para identificar um mesmo processo: aumento de produtividade com uso mais
adequado possível de horas trabalhadas, através do controle as atividades dos
trabalhadores, divisão e parcelamento das tarefas, mecanização de parte das
atividades com a introdução da linha de montagem, e um sistema de recompensas e
punições conforme o comportamento dos trabalhadores.
Outros dois exemplos externo a fabrica contribuíram
muito para o sucesso das medidas propostas por Taylor e Ford:
- O atrelamento do movimento sindical aos
interesses capitalistas.
- A presença significativa do Estado.
PÓS-FORDISMO
O capita, na sua busca incessante de valorizar-se,
procurou novas formas de elevar a produtividade do trabalho e a expansão dos
lucros. Assim desenvolve-se uma nova fase no processo produtivo capitalista,
que poderíamos chamar de pós-fordismo ou a da acumulação flexível, caracterizada
por:
- Flexibilização dos processos de trabalho,
- Flexibilização e mobilidade dos mercados de
trabalho,
- Flexibilização dos produtos e também dos padrões
de consumo.
Com a automação, assistimos à eliminação do controle
manual por parte do trabalhador. Substituído por tecnologias eletrônicas, o
trabalhador só intervém no processo para fazer o controle e a supervisão.
A robótica, tecnologia responsável pela automação de
processos produtivos, entra como um componente novo nas indústrias de bens de
consumo duráveis, e estar alterando profundamente as relações de trabalho.
Os mercados de trabalho foram flexibilizados. Os
empregadores desenvolveram a tendência de utilizar as mais diferentes formas de
trabalho: trabalho doméstico e familiar, trabalho autônomo, trabalho
temporário, entre outros. Elas substituem a forma clássica de emprego regular,
com contrato, permitindo uma alta rotatividade da mão-de-obra e,
consequentemente, baixo nível de sindicalização e forte retrocesso da ação dos
sindicados na defesa dos direitos trabalhistas.
Com a crescente utilização de tecnologia
computadorizadas e automatizadas, com a flexibilização da produção e do mercado
de trabalho, criou-se uma grande instabilidade para os trabalhadores, que
passam a não ter mais segurança de um trabalho estável. O desemprego é hoje o
maior problema em todas as sociedades industrializadas.
Em algumas das economias mais avançadas, os
trabalhadores ainda podem contar com um seguro-desemprego estável e de valor
significativo. Entretanto, na maioria dos paises a situação é terrível,
deixando os desempregados em uma situação desesperadora.
Uma das alternativas para o desemprego é elevar o
número de trabalhadores ocupados através da diminuição das horas de trabalhos
semanais. Não se pode prever se essas políticas conseguirão aliviar o
desemprego, mas é um dos caminhos possíveis: trabalhar menos horas para que
todos possam ter um emprego e renda.