terça-feira, 13 de agosto de 2013

O trabalho na sociedade capitalista

COMO O TRABALHO SE TRANSFORMA EM MERCADORIA
Trabalho se transforma em força de trabalho quando se torna uma mercadoria que pode ser comprada e vendida. E, para que ele se transforme em mercadoria, é necessário que o trabalhador seja desvinculado de seus meios de produção, ficando apenas com a sua força de trabalho pra vender.
O processo que levou à desvinculação entre o trabalhador e seus meios de produção foi longo e está relacionado com todas as transformações que permitiram a constituição do modo de produção capitalista. Vários foram os fatores que concorreram para que houvesse essas transformações. Os mais significativos foram os cercamentos das terras comunais e a expropriação dos camponeses, o que permitiu a liberação de terras para a produção de lã, bem como a expulsão de milhares de pessoas sem trabalho para cidades, ou seja, pôde-se dispor de muita matéria-prima e, ao mesmo tempo, de um exercito de pessoas que possuíam apenas a sua força de trabalho para vender.
O processo resultante da conjugação de todos esses fatores passou a ser conhecido com acumulação primitiva do capital. É dessa forma que um grupo de pessoas conseguiu acumular riquezas e ter dinheiro nas mãos para aplicar em empreendimentos voltados para fabricação de mercadorias em outra escala de produção e com a finalidade de vender exclusivamente. Com isso financiaram e organizaram a produção de mercadoria através de duas formas de coordenação do processo de trabalho dos artesões: ou reunia os artesões de um determinado oficio em um mesmo local de produção ou eles podiam trabalhar dispersos por vários locais, inclusive na sua própria casa. Entretanto, quem definia o que produzir e quanto produzir era o dono do capital, que financiava tudo.
A cooperação simples é o processo no qual os trabalhadores ainda mantém a hierarquia da produção artesanal, entre o mestre e o aprendiz. Neste sistema o artesão ainda desenvolve, ele próprio, todo o processo produtivo. A diferença é que agora ele está à serviço de quem lhe financia não só a matéria-prima como até mesmo alguns instrumentos de trabalho, e ainda define o local e as horas a serem trabalhadas.
A manufatura ou a cooperação avançada é a segunda forma de organizar a força de trabalho antes da forma especificadamente capitalista. Na manufatura há a dissolução inicial desses processos de trabalho baseados nos ofícios. O trabalho artesanal continua sendo a base, só que reorganizado e decomposto através da fragmentação de suas tarefas, definindo assim uma nova divisão de trabalho. Nessa cooperação no final de uma produção se tem um produto que foi produzido por vários artesãos, mas por nenhum em particular. A manufatura é o segundo passo para que surja o trabalho coletivo.

MUDANÇA NA CONCEPÇÃO DE TRABALHO
Ate então o trabalho foi sempre visto como uma verdadeira tortura, entretanto, as mudanças ocorridas nas relações sociais fizeram com que o trabalho passasse a ser visto como o criador de toda a riqueza.
A Reforma Protestante desenvolveu uma analise que alteraria o pensamento cristão sobre o trabalho. Na nova visão a profissão de cada um passa a ser vista como vocação, e a preguiça, como uma coisa perniciosa e má, que se contrapõe à ordem natural do mundo. O trabalho passa a ser encarado como uma virtude, e ao se trabalhar arduamente, pode-se chegar ao êxito na vida material, o que é expresso nas bênçãos divinas sobre os homens. O cristão protestante deve levar uma vida ascética, e costumes simples, e o que se pode poupar deve ser reinvestido no trabalho, dessa forma gerando mais oportunidade para outros trabalharem.
Nessa concepção, a riqueza em si não é condenável, mas sim aquilo a que ela pode levar: o não-trabalho, o desfrute ostentatório e a preguiça que ela pode causar.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Matéria para 2°A, 2°B e 2°C - Relatório 2 "O trabalho nas sociedades antigas"

Copiar ou imprimir e colar no caderno. Não esqueçam! 



O TRABALHO NAS SOCIEDADES TRIBAIS
A idéia de trabalho, como uma coisa separada das outras atividades, é algo que não existe nessas sociedades, isto porque as atividades vinculadas à produção nas sociedades tribais estão associadas aos ritos e mitos, ao sistema de parentesco, às festas, às artes, enfim a toda a vida social, econômica, política e religiosa. O trabalho separado das outras coisas não tem sentido, não tem valor em si.
As sociedades tribais com as mais diferentes estruturas sociais, políticas e econômicas possuíam uma organização do trabalho em geral baseado na divisão por sexo, em que os homens e mulheres executavam atividades diferentes. Os seus equipamentos e instrumentos são muitos simples e rudimentares, ainda que muito eficazes, classificando-os como sociedades de economia de subsistência e de técnica rudimentar.
Essas sociedades não só tinham todas as suas necessidades matérias e sociais plenamente satisfeitas, como também dispunham de mínimo de horas diárias vinculadas à atividade de produção, sendo classificadas como "sociedades do lazer", ou as primeiras "sociedades de abundância". O fato de se dedicar menos tempo às tarefas vinculadas à produção não significa que se tenha uma vida de privações. Ao contrario, essas sociedades viviam muito bem alimentadas. É importante ressaltar que isso foi antes do contato com o "mundo civilizado".
A explicação para o fato de trabalharem muito menos que nós, está no modo como se relacionam com a natureza. Não são os homens que produzem ou caçam, pois eles simplesmente recebem aquilo que precisam da mãe "natureza". Por outro lado, há um profundo conhecimento do meio que vivem o que faz com que conheçam as plantas, os animais, a forma como crescem, reproduzem.
Não se tem a idéia de que se deve produzir mais para poupar ou acumular riquezas. A sua riqueza está na vida e na forma como passam os dias.
O aspecto mais importante das comunidades tribais é o sentido de unidade existente no cotidiano dessas sociedades.


O TRABALHO NA SOCIEDADE FEUDAL
O fim do Império Romano do Ocidente fez com que todo aquele imenso território, antes mantido unido por Roma e seus exércitos, se fragmentassem a tal ponto que surgissem muitas formas de organização social e política, dependendo das condições de cada região naquele momento. Mas, apesar desse fracionamento e de toda a diversidade de estruturação do sistema feudal, podem-se definir algumas características predominantes nesse sistema:
A terra é o principal meio de produção, e as principais relações sociais desenvolvem-se em torno dela, uma vez que se tem uma economia fundamentalmente agrícola. Mas a terra não pertence aos produtores diretos, pertencem aos senhores feudais, devidamente hierarquizados.
Os trabalhadores têm direito ao usufruto e à ocupação das terras, mas nunca à propriedade delas. Os senhores através de laços feudais, tem direito de arrecadar tributos sobre os produtos ou sobre a própria terra.
Uma rede de vínculos pessoais de direitos e deveres e de honra entre os senhores, e entre estes e os servos, em que uns trabalham em regime de servidão, no qual não se goza de plena liberdade, mas, também, não se é escravo. O que há é um sistema de deveres para com o senhor e deste para com os seus servos.
A sociedade feudal é uma organização social que se estrutura em estamentos, e estes tem uma relação entre si muito diversa e complexa.
Os servos além de trabalharem em suas terras, eram também obrigados a trabalhar nas terras do senhor, bem como na construção e manutenção de estradas e pontes. Essas obrigações se chamavam corvéia. Havia uma serie de outras obrigações que os servos tinham para com os senhores, como um imposto que se pagava por pessoa e atingia unicamente os servos. O censo era outro imposto, mas esse era pago somente pelos homens livres. A tacha era uma taxa que se pagava sobre tudo o que se produzia na terra e atingia todas as categorias dependentes. As banalidades consistiam em outra obrigação devida ao senhor, e eram pagas pelos servos e camponeses pelo uso do moinho, do forno, dos tonéis de cerveja e pelo fato de, simplesmente, residirem na aldeia.
Os senhores feudais e o clero viviam do trabalho dos outros. Algo parecido com a sociedade greco-romana, ainda que em outras condições históricas.
As associações dos trabalhadores de diferentes ofícios são traços marcantes da sociedade feudal. Havia uma regulamentação que estabelecia o conceito de oficio, criava os mecanismos de controle da profissão e ainda determinava um grupo de conselheiros encarregados de fazer observar os estatutos da associação. Essas associações se tornaram conhecidas como corporações de ofícios. No topo da escala da corporação encontrava-se o mestre, que controlava o trabalho de todos os que faziam parte de uma determinada corporação, encarregando-se de pagar os direitos ao rei ou ao senhor feudal e de fazer respeitar todos os compromissos com a corporação. Abaixo dele vinha o oficial, que ocupava uma posição entre o mestre e o aprendiz. O aprendiz, que ficava na base dessa hierarquia, devia ter entre 12 e 15 anos e pertencer a um só mestre.

Segundo a concepção feudal, com base na Igreja Cristã, o trabalho era uma verdadeira maldição e deveria existir somente na quantidade necessária à sobrevivência, não tendo nenhum valor em si mesmo.