segunda-feira, 9 de setembro de 2013

FORDISMO


No período da maquinofatura o trabalhador ainda tem algum contato com a máquina, pois precisa ficar observando e alimentando a máquina, o que o faz trabalhar por ele e o mantém subordinado a ela.
A maquinofatura desenvolveu-se, e a produção passou a organizar-se em linhas de montagem. O aperfeiçoamento contínuo dos sistemas produtivos deu origem a uma divisão do trabalho muito bem detalhada e encadeada, que resultou na diminuição de horas de trabalho. Essa forma de organização do trabalho passou a ser chamada de Fordismo. Essa expressão nasceu a partir da forma como Henry Ford estruturou a produção na sua fabrica de automóveis.
As mudanças introduzidas por Ford visavam à produção em série de um produto para o consumo em massa. Ele implantou a jornada de 8 horas de trabalho por cinco dólares por dia. Iniciava-se assim, aquilo que veio a se chamar a era do consumismo: Produção em massa para consumo em massa.
Junto com as propostas introduzidas por Ford já existiam as propostas de Fredrick Taylor que propunha aplicar princípios científicos na organização do trabalho, buscando maior racionalização do processo produtivo. A partir daí as expressões fordismo/taylorismo passaram a ser usadas para identificar um mesmo processo: aumento de produtividade com uso mais adequado possível de horas trabalhadas, através do controle as atividades dos trabalhadores, divisão e parcelamento das tarefas, mecanização de parte das atividades com a introdução da linha de montagem, e um sistema de recompensas e punições conforme o comportamento dos trabalhadores.
Outros dois exemplos externo a fabrica contribuíram muito para o sucesso das medidas propostas por Taylor e Ford:
  • O atrelamento do movimento sindical aos interesses capitalistas.
  • A presença significativa do Estado.
PÓS-FORDISMO
O capita, na sua busca incessante de valorizar-se, procurou novas formas de elevar a produtividade do trabalho e a expansão dos lucros. Assim desenvolve-se uma nova fase no processo produtivo capitalista, que poderíamos chamar de pós-fordismo ou a da acumulação flexível, caracterizada por:
  • Flexibilização dos processos de trabalho,
  • Flexibilização e mobilidade dos mercados de trabalho,
  • Flexibilização dos produtos e também dos padrões de consumo.
Com a automação, assistimos à eliminação do controle manual por parte do trabalhador. Substituído por tecnologias eletrônicas, o trabalhador só intervém no processo para fazer o controle e a supervisão.
A robótica, tecnologia responsável pela automação de processos produtivos, entra como um componente novo nas indústrias de bens de consumo duráveis, e estar alterando profundamente as relações de trabalho.
Os mercados de trabalho foram flexibilizados. Os empregadores desenvolveram a tendência de utilizar as mais diferentes formas de trabalho: trabalho doméstico e familiar, trabalho autônomo, trabalho temporário, entre outros. Elas substituem a forma clássica de emprego regular, com contrato, permitindo uma alta rotatividade da mão-de-obra e, consequentemente, baixo nível de sindicalização e forte retrocesso da ação dos sindicados na defesa dos direitos trabalhistas.
Com a crescente utilização de tecnologia computadorizadas e automatizadas, com a flexibilização da produção e do mercado de trabalho, criou-se uma grande instabilidade para os trabalhadores, que passam a não ter mais segurança de um trabalho estável. O desemprego é hoje o maior problema em todas as sociedades industrializadas.
Em algumas das economias mais avançadas, os trabalhadores ainda podem contar com um seguro-desemprego estável e de valor significativo. Entretanto, na maioria dos paises a situação é terrível, deixando os desempregados em uma situação desesperadora.

Uma das alternativas para o desemprego é elevar o número de trabalhadores ocupados através da diminuição das horas de trabalhos semanais. Não se pode prever se essas políticas conseguirão aliviar o desemprego, mas é um dos caminhos possíveis: trabalhar menos horas para que todos possam ter um emprego e renda.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

TRABALHO E CAPITAL: UMA RELAÇÃO CONFLITUOSA


A cooperação simples e a manufatura são dois momentos que precederam e que possibilitaram a emergência de um novo modo de produzir: a maquinofatura, ou seja, a produção de mercadorias por meio de maquinas reunidas num mesmo local: a fábrica.
A mecanização revoluciona o modo de produzir mercadorias, não só pelo fato de incorporar as habilidades dos trabalhadores, mas também porque os subordina a maquina. A fonte de energia está fora deles. Este, agora, serve a maquina, ela o domina, dá-lhe o ritmo de trabalho. O trabalhador ao necessita ter um conhecimento especifico sobre algum oficio. Ele não precisa ter qualificação determinada.
Aparentemente, o que vemos entre o capitalista e o trabalhador é uma relação entre iguais, uma relação entre proprietário de mercadorias, que se dá mediante a compra e a venda da força de trabalho.
O trabalhador ao assinar um contrato para trabalhar numa determinada empresa, esta dizendo ao seu proprietário que se dispõe a trabalhar, por exemplo, oito horas diárias, por um determinado salário. O capitalista passa a ter direito de utilizar essa força de trabalho no interior da fábrica. O que acontece é que o trabalhador, em apenas cinco ou seis horas de trabalho, produz um valor correspondente ao seu salário total, sendo o valor produzido nas horas restantes apropriado pelo capitalista. O que se produz nessas horas restantes chama-se mais-valia, que faz com que o capitalista enriqueça rapidamente. Esse processo denomina-se acumulação de capital.
Para obter mais lucros, os capitalistas aumentam as horas de trabalho, gerando a mais-valia absoluta, ou, passam a utilizar equipamentos e diversas tecnologias para tornar o trabalho mais produtivo, decorrendo daí a mais-valia relativa.
Os conflitos entre os capitalistas e os operários aparecem a partir do momento em que os trabalhadores percebem que estão trabalhando mais e que estão cada dia mais miseráveis. Essa forma de analisar a questão do trabalho na sociedade capitalista foi desenvolvida por Karl Marx.
Existe outro pensador, Émile Durkheim, que analisa as relações de trabalho na sociedade capitalista de forma diferente. Para ele, há dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica. A solidariedade mecânica deriva da aceitação de um conjunto de crenças e de tradições comuns. O que une as pessoas não é o fato de uma depender do trabalho da outra, mas toda uma gama de sentimentos comuns.

A orgânica, ao contrario, pressupõe não a identidade, mas, a diferença entre os indivíduos nas suas crenças e ações.