terça-feira, 15 de maio de 2012

Relatório 1 - Trabalho, alienação e consumo

Para o 2°A / 2°B / 3°A

TEXTO 1 – Trabalho como tortura?
Talvez você já tenha visto camisetas estampadas com o simpático (e preguiçoso) gato Garfield e a frase “Odeio segunda-feira!”, representando o sentimento quase universal de desânimo diante do trabalho. De fato, enquanto o próximo e desejado final de semana não chega, busca-se alento no happy hour, como se a “hora feliz” só pudesse existir no tempo-após-o-trabalho.
                Confirmando esse sentido negativo, a própria palavra trabalhar deriva do latim tripaliare, que nomeava tripálio, um instrumento formado por três paus, próprio para atar os condenados ou para manter presos os animais difíceis de ferrar. A origem comum identifica o trabalho à tortura.
                Se a vida humana depende do trabalho, e este causa tanto desprazer, só podemos concluir que o ser humano está condenado à infelicidade. Para reverter esse quadro pessimista, vejamos os aspectos positivos do trabalho.

TEXTO 2 – A humanização pelo trabalho
                No capítulo 4, “Natureza e cultura”, vimos que o ser humano inaugura o mundo da cultura por sua capacidade de simbolizar. Por mudar conforme a época e o lugar, a cultura humana “faz história”, isto é, as gerações conservam certas práticas aprendidas e modificam outras. É pelo trabalho que a natureza é transformada mediante o esforço coletivo para arar a terra, colher seus frutos, domesticar animais, modificar paisagens e construir cidades. E não só: pelo trabalho surgem instituições como a família, o Estado, a escola; obras do pensamento como o mito, a ciência, a arte, a filosofia.
                Podemos dizer que o ser humano se faz pelo trabalho, porque ao mesmo tempo em que produz coisas, torna-se humano, constrói a própria subjetividade. Desenvolve a imaginação, aprende a se relacionar com os demais, a enfrentar conflitos, a exigir de si mesmo a superação de dificuldades. Enfim, com o trabalho ninguém permanece o mesmo, porque ele modifica e enriquece a percepção do mundo e de si próprio. 
                Como condição de humanização, o trabalho liberta, ao viabilizar projetos e concretizar sonhos. Se em um primeiro momento a natureza apresenta-se como destino, o trabalho será a possibilidade da superação dos determinismos. Nesse sentido, a liberdade humana não é dada, mas resulta da ação transformadora. Nem sempre, porém, prevalece essa concepção positiva, sobretudo quando as pessoas são obrigadas a viver do trabalho alienado, que resulta de relações de exploração.
                 Estamos, portanto, diante de um impasse: o trabalho é tortura ou emancipação? Se voltarmos nosso olhar à história para ver como as pessoas trabalham e o que pensam sobre o trabalho, teremos uma visão mais clara dessa contradição.
TEXTO 3 – Ócio e negócio
                Nas sociedades tribais, as pessoas dividem tarefas de acordo com sua força e capacidade. Os homens caçam, derrubam árvores para preparar  terreno das plantações, enquanto as mulheres semeiam e fazem a coleta. Como a divisão das tarefas se baseia na cooperação e na complementação e não na exploração, tanto a terra como os frutos do trabalho pertencem a toda a comunidade.
                Por que mudaria esse estado de coisas? Para Jean-Jacques Rousseau, filósofo do século XVIII, a desigualdade surgiu quando alguém, ao cercar um terreno, lembrou-se de dizer “Isto é meu.”, criando-se assim a propriedade privada. Nesse momento, abriu-se caminho para a divisão social, as relações de dominação e a desigual apropriação dos frutos do trabalho. Desse modo, desde as mais antigas civilizações existe a divisão entre aqueles que mandam – e, portanto projetam, concebem, inventam – e os que só obedecem e executam. É o que se denomina a dicotomia entre a concepção e a execução do trabalho.
                À primeira vista, há aqueles que até hoje admitem ser “natural” essa divisão de funções, pois alguns teriam mais talento para o pensar, ao passo que outros só seriam capazes de atividades braçais. O olhar mais atento constata, no entanto, que a sociedade descobre mecanismos para manter a divisão, não conforme a capacidade, mas sim de acordo com a classe a que cada um pertence.
                Entre os antigos gregos e romanos, que viviam em sociedades escravagistas, era nítida a divisão entre atividades intelectuais e braçais, com a evidente desvalorização da última. Um dos indícios da divisão social era a educação, por ser privilégio dos proprietários. Não por acaso, a palavra escola na Grécia antiga significava literalmente o “lugar do ócio”, onde as crianças se dedicavam à ginástica, aprendiam jogos, música e retórica – a arte de falar bem.

Para saber mais: O termo ócio não tinha naquele tempo o mesmo sentido de hoje. Para nós, ócio é o não fazer, o descanso. Para os gregos, tratava-se do “ócio digno”, que os isentava das atividades que apenas garantem a subsistência, para gozar o tempo livre e dedicar-se às funções nobres de guerrear, fazer política, pensar, decidir. Entre os romanos a palavra ócio (do latim, otium) manteve o sentido original grego, tanto é que o trabalho para sustentar a vida era identificado à palavra negócio (Nec-otium, “não ócio”)

Um comentário:

  1. visite o meu blog o link e esse verdadeiroesporte.blogspot.com e poste um comentario
    tenho uma pergunta quem veio primeiro o ovo ou a galinha e que eu tenho essa duvida e ninguem me explica

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